Comercialização da louça

A força desta tarefa começava em princípios de maio. As oleiras de Pinela percorriam as feiras dos Chãos, Izeda, Vimioso, Vinhais, Mirandela. Transportada no dorso de burros, iam fazendo negócio pelo caminho. Paravam também nas aldeias e ali a venda era feita a dinheiro ou a troca de géneros (centeio, trigo, feijão, grão-de-bico, batatas, castanhas). Nos sólidos trocava-se a vasilha pelo que ela levava como medida.
A olaria de Pinela era afamada em todo o nordeste do distrito. Com formato próprio que a distinguia da outra louça, as “cântaras de Pinela” eram apreciadas porque faziam a água muito fresca. Ainda hoje se diz, quando faz falta alguém para terminar cargo ou lugar: -“ Olha encomenda-o em Pinela”.
A louça de Pinela, principalmente as cântaras, são de paredes grossas, pesadas, com um bojo bastante avantajado, e têm uma cor esbranquiçada.
No perímetro desta aldeia havia outras onde se fabricava também olaria, mas não tão afamada.

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Fonte: AFONSO, B. (1981) – A cerâmica artesanal no distrito de Bragança, sua diversidade e extinção gradual, Brigantia, Bragança, vol 0, nº1.